Negahamburguer e a libertação da mulher
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O corpo feminino é incansavelmente bombardeado por esteriótipos padronizados e enraizados na sociedade.
Gordura é sinal de desleixo, magreza é sinal de doença, e nem tente chegar perto de mim com esses seios murchos.
A beleza bruta da anatomia é modelada por olhares tortos, palavras rudes, até que se renda e se encaixe ao que é bonito aos olhos dos outros. O corpo da mulher passa a ser fruto (e vítima) da opinião alheia.
E nesse contexto neurótico surge Negahamburguer. Com seus cabelos azuis e curvas soltas à sua própria vontade, ela se apropria das demonstrações diárias de violência e opressão, fazendo delas sua força de luta pelo amor e aceitação da própria forma. A ilustradora paulistana Evelyn Queiroz viu na personagem uma maneira de expor a beleza pura e desvinculada de preconceitos ligados à aparência física, genêro ou orientação sexual. Seus traços carregam a delicia da liberdade de se assumir como é. Em lambe-lambes, aquarelas ou graffitis, Negahamburguer se abre em linhas, cores e palavras que encorajam a apropriação e apreciação de todas as formas.
"Eu era criticada por não ter cabelos longos, por não usar maquiagem nem salto. Já ouvi muito 'por que você não deixa seu cabelo igual ao de mulher?' Eu tenho barriga, não me depilo inteira... Aconteceu de ex namorado me pedir pra alisar o cabelo, pra eu deixar ele crescer, de reclamar que eu tava engordando"
Evelyn também espalha seu amor em forma de Negahamburguer pelo projeto "Beleza Real", no qual retrata através de intervenções urbanas histórias reais de mulheres que já sofreram algum tipo de preconceito por não se adequarem aos padrões sociais de beleza.
O projeto deu tão certo que acabou virando livro; Beleza Real foi lançado em 2014, com dinheiro arrecadado por financiamento coletivo.
"Todo o julgamento sobre o corpo feminino é falta de amor e respeito com o próximo, então é isso que eu mais quero comunicar."
"São todas histórias reais, de gente que por culpa do padrão de beleza que é imposto já sofreu algum tipo de preconceito por ser gorda, magra, alta, baixa, negra, albina, ou qualquer outra condição linda que a nossa sociedade insiste em falar que não
é bom ou bonito"
Negahamburguer ainda deixa um recado pra todas (e todos) nós:
"A sociedade nunca estará satisfeita. Sempre irá pedir mais, seja para vender, seja para estabelecer regras. Então não se esforce para contentá-la. Fique em paz com você. Seja feliz com seu jeito de ser. Afinal, a liberdade é respeitar a própria beleza".
Gostou do trabalho? Dá pra conferir mais pelos muros de São Paulo e pelas redes sociais. Acompanha, que tem muita coisa bonita pra ver:
http://www.negahamburguer.com/
https://www.facebook.com/olanegahamburguer
https://instagram.com/negahamburguer/
Espero que tenham gostado, e estamos aceitando sugestões pra futuros posts, hein!?
Beijinhos!
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